A expressão
“olho pidão” indica alguém que pede com os olhos. Pode ser o olhar suplicante
do mendigo, ou o olhar guloso da criança diante do balcão de doces. Ambos
comunicam seus desejos pelos olhos. É o
olhar do personagem Chaves, do seriado do mesmo nome, que mesmo balançando a
cabeça indicando que não quer o sanduiche de presunto, os olhos dizem o
contrário.
O olhar do peregrino
também é um olhar pidão. No salmo 123 ele diz que seus olhos esperam em Deus, e
este olhar além de esperar, clama. Junto com o olhar há um pedido por
misericórdia. Ele olha para Deus e conta os seus problemas. A causa de seu
sofrimento é o desprezo. Ele e os outros adoradores são vistos como
insignificantes, sem valor, e sem importância, desdém que é acompanhado de
escárnio. E isto irrita e dói em sua alma. (leia mais clicando em mais informações)
Por
isso ele diz que está saturado e ensopado das zombarias dos arrogantes e
soberbos. Daqueles que pensam que podem viver sem Deus, desfrutando do bem bom
da vida sem preocupações. Os arrogantes
são descritos em Amós 6.1 e Isaías 32.9,11, como pessoas que não se importam
com a iminência do juízo de Deus, e nem se afligem com o pecado cometido. Vivem
para vestir-se bem, festejar e divertir-se. A indulgência, luxúria e
frivolidade são suas aspirações.
Os
orgulhosos se levantam como ondas do mar. Apoiando-se em seus próprios
expedientes e forças, zombam daqueles que humildemente dependem de Deus; que
sofrem, e aparentemente não prosperam.
Um
exemplo deste desprezo aparece em Neemias 2.19 e 4.1-4. Provocado pela ira e pela
inveja, o menosprezo duvida de até onde podemos ir; considera inútil os nossos
esforços; e zomba do potencial de nossas realizações. Ele pode se manifestar
lançando dúvidas sobre nossas intenções e nos caluniando. Seu alvo é nos
desanimar. Este desprezo é pior do que a ira (Mateus 5.22).
Diante
deste ataque o salmista dirige seu olhar para o SENHOR, com atitude de servo (humilde, submissa, concentrada, esperançosa), e conta
seu problema para Deus.
Igual ao
peregrino, também enfrentamos o desprezo dos outros. Talvez por nos considerarem
fracos, idiotas, atrasados, retrógrados, por ainda acreditamos em coisas que
não fazem sentido no mundo moderno. Somos incompreendidos, por não darmos vazão
às nossas paixões, por reprimirmos os nossos desejos. Chamados de bobos, de
gente que não sabe aproveitar a vida (1 Pedro 2.11,12,13; 4.2,4).
Qual o desprezo
que lhe aflige? A indiferença dos que você ama? O descompromisso de quem deve
cuidar de você? A infidelidade de quem deveria ser fiel? A falta de atenção e
gratidão das pessoas pelas quais você tem se desgastado? Falsas acusações?
Juízos precipitados sobre suas aflições? Depreciação do seu trabalho? Descrença
em suas capacidades? Pouco caso de suas ideias? Xingamentos? Pessoas que nem
lhe dirigem a palavra? Outros que riem de suas convicções e comportamento? Você
está cheio, já não aguenta mais?
O que pretende
fazer? Para quem está olhando?
O
peregrino nos ensina que na adoração alegre, também há espaço
para o desabafo humilde, a súplica sofrida, o clamor confiante. Faça como ele,
dirija seu olhar para o Senhor, pedindo misericórdia, conte seu problema, e
aguarde com confiança.
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